Se o primeiro livro foi confuso e maçante (alguns dizem
isso, embora na minha opinião não tenha sido tanto assim), este segundo chega
para arrasar. A história começa a se delinear e segue num ritmo extremamente
agradável, com cenas de batalhas e emoção.
Mais uma vez nos encontramos com Roland, o último
Pistoleiro, figura remanescente de um mundo que está decadente, e se
destruindo, um mundo que “seguiu adiante”. Está na hora de Roland escolher (ou
sequestrar) as pessoas indicadas pelo Homem de Preto, que o ajudarão a chegar a
Torre Negra, o único modo, talvez, de impedir a completa destruição de seu
mundo, que um dia fora belo e cheio de luz.
A história inicia-se não muito tempo depois do derradeiro
encontro de Roland e o Homem de Preto. Na praia do Mar Ocidental. Um mar cheio
de coisas estranhas, “lagostrosidades” (só lendo o livro para entender). Roland
acorda na praia, perto na linha da maré e se depara com essas coisas, que,
depois de uma boa briga, arrancam do pistoleiro dois dedos da mão direita.
(Coisa tensa meu).
Enfim, começos assustadores a parte, Roland segue praia
acima na busca pelas portas que o levarão a encontrar as pessoas indicadas por
Walter no jogo das cartas, as pessoas que o ajudarão a chegar a Torre Negra. O
Prisioneiro, a Dama das Sombras e a Morte (“mas não para você, pistoleiro”, diz
Walter).
Atravessando cada uma das três portas, Roland vai parar na
mente de três pessoas distintas, ambas moradoras da cidade de Nova York, porém
em épocas distintas.
Eddie Dean, é um viciado em drogas que vive nos anos 80.
Odetta Holmes é uma ativista dos direitos dos negros que vive nos anos 60. E
por fim, Jack Mort.
Quando Roland atravessa cada umas das portas, ele entra na
mente das pessoas, o que acaba gerando uma situação meio engraçada,
principalmente com o Eddie, que de repente começa a falar sozinho (quando
percebe a presença de ‘alguém’ na sua cabeça).
Aliás, o fato de ver o Rolad no nosso mundo me fez rir aos
montes. Ele desconhece praticamente tudo que para nós é super comum e trata as
coisas com surpresa e até assombro. A ‘carruagem voadora’ e a ‘asmina’, vide
avião e aspirina.
Os personagens são mais bem desenvolvidos e, embora ainda
tenha muitos fatos que desconhecemos o livro dá um excelente fôlego na obra.
Também gostei muito da relação que Roland acabe gerando com
Eddie. Uma coisa meio estranha a principio, com ameaças de morte e tal, muito
turbulenta. Mas ainda sim é algo bonito. Mesmo que Eddie seja meio burro às
vezes e Roland não seja dado a demonstrações de afeto.
Se você leu o primeiro, mas ficou na dúvida, aconselho que
leia o segundo porque certamente você vai mudar de idéia.
“Longos dias e belas noites”
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